No colégio amantes em noite de lua de maio - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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No colégio amantes em noite de lua de maio

Não tardaria muito. O ano de internato estava a chegar ao fim. Em breve, com os meus pais a fixarem-se em Lisboa, eu e a Bárbara abandonaríamos o internato, e se calhar aquele colégio. Adquiriram uma vinha e pomares perto da cidade, e dividiam-se com o Braz e a D. Sílvia nas explorações de Moçambique.

As férias de verão chegariam de repente, de dia o calor já era intenso, noites cálidas de fim de primavera, o Fragoso, meu amigo daquele ano, regressaria a casa, ou como lhe chamava, ao "seu pequeno inferno", para voltar no ano seguinte. 

Quase como despedida, talvez apenas um até breve, fugimos do colégio, já noite dentro, para como sempre, andarmos à deriva, umas vezes com norte, outras vezes não tanto, a explorarmos coisas, tudo o que encontrássemos, o mais exótico possível. O Fragoso perguntava-me muito pela Bárbara, se a podíamos ir buscar, apesar de lhe dizer que ela agora tinha uma amiga, pelo que sabia, especial, isto para não lhe dizer outra coisa, que ela não estava ao alcance dele, ainda que muito nova, muito sabida e atenta, e ele, infeliz e coitado, limitado de compreensão.

Os filhos dos ricos recebem muito dos pais, dinheiro não só, mas entendimento e cultura, oportunidades que resolvem o futuro, mas o Fragoso era só ele, ele, a escola e os amigos, por isso gostava tanto da Bárbara, do simples contacto dela, pelas suas palavras e ideias, inteligência e muito mais, fazendo-o ver.

Percorremos a noite, já desusada em alguns casos, parecia sempre a mesma, copos e ruído, gajas e gajos, muitos com pouco ou nenhum propósito, e regressámos cansados ao colégio já noite avançada. Saltámos o muro, correndo pelos claustros silenciosos, só ruído dos nossos passos e riso, também de árvores e vento, a lua a vigiar-nos de cima, até que entrámos no bloco dos nossos quartos.

Estávamos sozinhos, só eu e o Fragoso, até o Bucha se fora embora, com padres lá ao fundo, no seu sono despreocupado, o colégio era nosso, e zonzos, corremos para os chuveiros, para tomar um duche. 

Nus, tomávamos banho, a contar as peripécias da noite, o gajo que nos mandou umas bocas, por estarmos a galar a gaja dele, a puta que nos chamou, fazendo desconto por dois, quando, sem sentido ou talvez todo, me aproximei do Fragoso, encostei-me ao corpo dele, e beijei-o na face. 

Senti-o reagir, não com repulsa ou rejeição, mas qualquer coisa parecida com surpresa. 

O Fragoso ia regularmente ao cu do padre Alberico, comia o do Buchinha também, já o vira a comer o cu do Tino, sentia um desejo frequente por me dar a ele, mas eu era o limite, o amigo inviolável, o que sai à noite, o que aparece, o que é só amigo, o que conta para as histórias da vida, o companheiro de ida às gajas, o irmão da Bárbara, não o rabo, como os outros, que quer que lhe vão ao cu.

Correu-me nos sentidos a ideia do homem pronto para fazer com a amante o que rejeita fazer com a mulher. Põe o caralho na boca da amante, vai-lhe ao cu, faz-lhe um minete, fode-a por cima e por baixo, mas a mulher, a casada, a cônjuge, essa, carrega as grilhetas do casamento, ai dela se quer ser puta, ai dela querer que lhe vá ao cu, num pedestal de virgindade e pureza, numa burka social. 

Com os gestos dele senti-me a mulher, quando queria ser puta.

A água corria-nos nos corpos, o silêncio de segundos, a luz mortiça do balneário a tentar combater a luz leitosa da lua, banhando o espaço todo, esverdeando-o com cor de absinto,  aquele verde translúcido, puxei-o para mim, passei-lhe a mão pelo pénis, "eu quero, sempre quis", disse, mais pequeno que ele, mais frágil e franzino, mais miúdo, menos homem, as gotas na minha boca.

"Anda, vamos para o meu quarto", levei-o quase pela mão, uma resistência frágil mas perceptível, o querer dizer não, em cima de uma vontade de sim, entrámos, deitámo-nos na cama como amantes, sem pressas, falas mansas, a luz da lua a inundar o quarto e os nossos corpos ainda molhados.

"A Bárbara sabe?", perguntou, "O quê?", "Que gostas de levar no cu", respondeu. Surpreendia-me a pergunta. Ele sabia que o Padre Estefânio já me fora ao cu, também o Padre Rafael quando o Tino se chibou, só se havia diferença para ele no gostar ou fazer por conveniência.

"Ela sabe que eu gosto, ela sabe tudo de mim, até que gostava de pedir-te para fazeres amor comigo", respondi-lhe. As palavras já iam longas, mais perto dele, colados os nossos corpos, procurei a boca dele e beijei-o. Era uma coisa nova para o Fragoso, beijar na boca um homem, mesmo quando já enrabara muitos.

Para ele, era abrir e espetar. Comigo parecia diferente. Retribuiu os meus beijos, pequeninos e doces, como se fosse eu a Bárbara, a puxar-me contra ele, a correr o meu corpo com as mãos e eu o dele, os nossos pénis tesos e juntos, a encontrarem-se como dois bons amigos, a unirem-se também eles.

Dobrei-me, desci sobre o corpo dele, com um fim único, dar prazer ao meu amigo, a mamá-lo forte, perdido por um perdido por todos, o caralho, os colhões, a minha língua entumescida, a lambê-los todos, queria-o rijo e duro, esquecido e desnorteado, a comer-me o cu.

Puxou-me para si, deitado sobre o meu peito, a olhar-me apaixonado, a sentir-me como mulher, levantou-me uma das pernas, a flectir presa no tronco dele, e penetrou-me o ânus. Sentia-o a entrar em mim, com os nossos lábios unidos, uma experiência de amor, confusão e deleite, imaginara-o assim?, não sei, se calhar sim, a comer-me o rabo lento, sem mágoa, sem dor, o meu ânus todo aberto, o caralho dele a escorregar por mim.

O tempo parara, a dimensão espacial abandonara-nos, apenas a lua e os nossos corpos, o silêncio instalado, entrecortado por gemidos de prazer, rodeava-lhe as nádegas com as minhas mãos, a ajudá-lo a penetrar-me mais fundo, queria-o todo meu amigo, sinto-o a estremecer e a vir-se, prazer dado sem remorso.

1 comentário:

  1. Boa tarde. Retribuindo a visita. Gostei muito do conto/relato aqui exposto.
    Já consta dos blogues do Delírios a visitar.
    Fiz-me seguidor.

    Felicidades
    Grande abraço.

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