Foi um ano complicado. Os meus pais tinham que tomar decisões sobre onde se fixarem mais tempo. Não sabiam bem, se em Moçambique se em Portugal. E para não perturbarem a nossa formação decidiram-se pelo internato. Para o meu pai, era mais uma daquelas ideias de que circunstâncias dessas fortaleciam o carácter e um ano num colégio interno só me podia fazer bem.
A Carlota com mais idade e necessitada de mais vigilância ficou com eles a frequentar o liceu, a Bárbara foi para um internato de meninas, e eu recambiado para um de rapazes. Já sabia mais ou menos o que esperava, pelo menos em parte, um colégio religioso, com regras duras e férreas, onde, como dizia o meu pai, eu aprenderia muita disciplina para além de muita matéria escolar.
Quando lá entrei fui encaminhado por um senhor padre, ou coisa parecida, não sei bem, para uma espécie de bloco onde se situavam em fileira os quartos dos vários alunos. Chamava-se Estefânio e era quem dividia com outro padre, o Alberico, a vigilância nocturna daquele espaço.
O quarto em si era espartano, não muito diferente de uma prisão, uma cama, uma mesa de estudo, uma estante e um cacifo para roupa. As casas de banho eram comuns a vários quartos e no meu caso situava-se a alguns metros da porta do meu quarto.
Não foi preciso muito tempo para perceber que os internados eram muito poucos e que a maioria dos alunos frequentavam o colégio em regime de externato. Comigo, presos naquele local, estavam o Buchinha ao fundo, chamado assim pelo excesso de peso, o Fragoso, menino de famílias ricas, e outros, que nem me dei muito ao trabalho de fixar, porque apesar de internados iam ter com a família aos fins de semana.
Quase todos ricos, não o meu caso circunstancial, em que os pais pouco tempo dispensavam para eles, preferindo tê-los presos naquele local, aturando-os aos fins de semana, enterrando-os em actividades.
Na minha primeira noite recebi logo a visita do Padre Estefânio. Parecia ser habitual naquele lugar fazer a ronda pelos quartos dos alunos para saberem se estava tudo bem. Os Padres Estefânio e Alberico eram muito jovens ainda e tinha sido escolhidos pelos mais velhos por acharem terem as qualidades, como a da juventude, para compreender e ajudar os jovens internados.
Lembro-me que o Padre Estefânio entrou no meu quarto, já noite, sentou-se na minha cama, e senti-o passar a mão pelas minhas pernas "então Leo, tudo bem, vais gostar de estar connosco", e sair com um sorriso de quem espera prémio pela sua dedicação.
Falei com o Buchinha e o Fragoso meus amigos que me disseram depois que tanto o Estefânio como o Alberico se aproveitavam do cargo e da noite para se atirarem a nós para nos comerem o cu. Parecia que o Estefânio era mais de querer enrabar os alunos enquanto o Alberico era mais de os convencer com promessas para que lhe fossem ao rabo a ele.
Não precisei de muito tempo para perceber que o Buchinha não desgostava das visitas nocturnas dos dois, mais do Estefânio, reconhecendo que gostava que lhe fosse ao cu, como depois lhe fui eu várias vezes durante o internato, e que o Fragoso, mais duro e rígido consigo próprio era mais de ir, e para poder fugir à noite, comendo o cu ao Alberico regularmente.
Motivado por interesses menos próprios, recebi primeiro a visita do Estefânio. Já me preparara e quando entrou no meu quarto naquela noite, sentou-se na minha cama, e quando me passava a mão acima das pernas descobri as cobertas e exibi-lhe o meu pénis rijo e teso. Acho que não se deixou surpreender, correu a mão pelo meu pénis agarrando-o ao de leve, manipulando-o para cima e para baixo, como se estivesse hipnotizado.
Baixou-se ao de leve, colocou-o na boca e começou a mamar-me. Percebia o sono dos meus colegas de presidio nas celas ao lado, enquanto agarrava na cabeça do Estefânio e a empurrava para baixo para que me mamasse mais. Soltou-se, despiu-se num segundo, apenas um hábito que soltou pela cabeça como um vestido de mulher, num modo já rotineiro e treinado, e nu ajeitou-se na minha cama.
Senti o corpo quente dele junto ao meu, num arremedo de excitação, um rabo novo e miúdo para descobrir, num espírito ofegante e urgente, cheio de tesão para mim, a puxar-me a mão contra ele para lhe tomar o pénis grosso e teso. Esfregou-se em mim, um cheiro limpo de sabão simples, um corpo agreste, sem contornos ou humanidade, sobre mim e o meu peito, a abrir-me as pernas a procurar satisfação.
Sinto-o a penetrar-me, a entrar com o caralho dentro de mim, num desejo solitário como se eu não existisse, a foder-me forte e uma missão rápida a executar, seu objeto um prazer egoísta, dava-lhe o meu cu sem receber nada em troca, forçei-o e virei-me, ele a enrabar-me por trás, a parecer-lhe novidade, a empinar sobre ele o meu rabo, "vem vem Estefânio, dá-lhe", e masturbar-me doido e a violá-lo, nos seus valores, poder e propósitos, não era suposto eu gostar, senti-o a estremecer e a vir-se.
Fugiu rápido da minha cela.
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