Tatuados no campo que brincam - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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Tatuados no campo que brincam

Foi quando ia a caminho do sul, em direcção ao sitio onde o sol faz mais sol do que em outros lugares, para mal dos meus pecados, não em lazer mas em trabalho, que conduzia o meu carro, para ir ter com uns clientes, quando o problema se deu, e eu que nunca gostei de problemas, furou-se-me o pneu do carro.

Saí, confessionário, comecei a dar pontapés no pneu vazio, de entre irritação e de ter mesmo a certeza, e a pensar o que uma mulher sozinha, naquela estrada secundária, ia fazer com aquilo, bom, chamar o reboque, quando de repente uma rapariga passou, de cabelos de fogo a voar, em cima de uma mota mágica.

O sol e a areia do sitio, o cheiro dos eucaliptos, feriam-me os olhos e os sentidos, quando a vejo regressar, parou a mota ao meu pé, maliciosa a perguntar, "então, um pneu furado, aqui neste deserto? sou a Cristina", "Renata", respondi-lhe, vi-lhe as tatuagens dos braços, enquanto me olhava de alto a baixo, tinha um ar selvagem descuidado, de uma amazona a cavalo, uns olhos que me arrepiaram, um azul marinho compreensivo.

Não o devia sentir, mas foi instantâneo, senti-me ridícula no que vestia, não sei bem se condizia com o que era, ou com o que queria transparecer, com sapato de salto alto, meias de nylon em saia curta, mulher de negócios ou funcionária, camisa de seda branca enfolhada, se ela era liberdade, eu senti-me mais uma escrava, da vida que me conduziu, até aqui onde estou agora, quando ouço a sua voz doce, que me deixou tonta do clima, "vai eu ajudo-te, mudamos o pneu".

"Eu não sei como?", era confirmação e pergunta, no modo afectado com que falei, da minha ignorância e inércia, tive vergonha do que era, mais quando ela se baixou, "não te preocupes, eu trato disso", a mudar o pneu sozinha, via-lhe os braços rijos, as imagens de cor nas coxas, uma mulher em força bruta, os cabelos rastas que caiam, como bênção no meu regaço, como cascata fresca pelas costas, que em meu preconceito pensei, "tem ar de ser lésbica".

Tinha acabado o trabalho, via-lhe as mãos sujas, que limpava num sorriso, tinha de lhe dar alguma coisa, menina de cidade como era, não estava habituada a receber, sem ter de dar nada em troca, senti esse desconforto interior, como se agisse condicionada, por comandos que eu mesmo desconhecia, mandavam em mim? não sei.

Balbuciava alguma coisa, quando a voz hipnótica dela "vem atrás de mim, a aldeia é aqui perto, hoje é dia do Mané fazer o almoço, vais gostar, vem", não tinha resposta, sentia-me obrigada?, tinha-me mudado o pneu, uma mulher como eu, ali no fim do mundo, e se queriam fazer-me mal?, o Mané era o companheiro, já tinha ouvido tanta coisa, mas inspirava-me confiança, com aquele ar solto, de quem não quer nada e tem tudo, só de querer viver o momento.

Sentou-se na mota, e poucos quilómetros que ia atrás dela, ia-lhe mirando o rabo sentado, os calções de ganga justa, as coxas as mamas, no meu interesse de mulher, "como viveria ela aqui? Como seria? O que fazia?", era isso que me perguntava, embrenhada nos meus pensamentos, chegámos à casa onde o Mané estava, o cabelo longo liso e curtido, do sol violento daquele lugar, alto forte e tatuado, senão do mesmo género, da mesma espécie, ideais que entre eles comungavam, numa fé única e solitária, vi-o com roupa tão tão reduzida, que eram só umas cuecas o que vestia.
Photo by Jack Finnigan on Unsplash
"Quem é ela?", ouvi-o dizer-lhe, mirava-lhe o volume que tinha, uma coisa grande entre as pernas, enrolada como um gato à espera, da hora que lhe dessem de comer, e eu bem tentava esconder, esse meu olhar indiscreto, não achava próprio do meu ser, entrava naquele espaço, o jardim inundava-se de verde, a casa de pedra escondia-se, parte dela enterrada, sem sequer vontade de o ser, livros roupas coisas caos no interior, "encontrei-a na estrada, com um pneu furado", riu-se ela da minha miséria.

"Anda amor, está-me a apetecer", continuou ele, "agora? e ela?", "deixa, ela fica a ver, de certeza que não se importa", insistiu o Mané, mandou-a para a cama, ou algo que se parecia com isso, tirou as cuecas ali à minha frente, a mostrar-me o pau comprido, esperou a Cristina que tirava a roupa, virou-lhe o rabo assim para o ar, e começou a roçar-lhe o caralho nos papos da cona.

Não sabia se havia de fugir, dizer qualquer coisa como "obrigado por tudo, vou indo", mas não, fiquei ali a vê-los, num canto em pé a admirá-los, pareciam-me deuses gregos e terrenos, num plano real inexistente, de heras que subiam pelas paredes, seria vingança do meu aspecto, de algo que detestavam, mas porque me ocorria isto, quando ela saltou para cima dele, a enterrar-se-lhe toda assim para baixo, o caralho grosso entrava-lhe todo, na cona apertada e bem molhada, que de onde estava eu bem via.

Gemiam como se não fosse nada, como se ali eu não estivesse, o rabo dela preso nas mãos dele, subia e descia pelo caralho que apertava, nervos carne desejo num só conjunto, tatuagens misturadas como um filme, de cores e traços exóticos, arqueou-se para trás agarrada às mamas, conchas presas nos mamilos tesos, "aihmm aihmm amor tou-me a vir aihmm amor", gritou ela tão alto, movimentava as ancas e o rabo, indiferente ao êxtase em que eu estava, via explodir por dentro que todo o seu ser tremia, "aihmm, amor, aihmm, aihmm", ele agarrou-se a ele num abraço, num jeito de armadura que a apertava, estremeceu também a vir-se todo, caiu ela com a fenda encharcada.

Foram minutos intensos para mim, só me apercebi depois que tinha deixado de respirar, quando se viraram para mim e se riram em conjunto, de eu estar ali a vê-los foder, parada, suspensa no ar, silenciosa, os mamilos me envergonhavam, de tão espetados e rubros que estavam, a garganta estava-me seca, tanto rouca de os ver, som não me saía da boca, apetecia-me tirar tudo, roupa e ser em conjunto, fazer de mim outra Renata e foder, sentir fresco por dentro a entrar.

As minhas pernas eram rochas, o meu clitóris sentia-o húmido, da memória dos pelos louros, dos meus dedos mergulhados, nessa fonte do meu ser, o meu rabo e ânus contraídos, de prazer desejo e querer, e eu que gostava tanto de levar no cu, sem ninguém saber claro, com discrição.

Ele levantou-se, o pau ainda o trazia teso, a caminhar na minha direção, a dizer "bom é hora de almoçarmos", e para mim, enquanto vestia as cuecas, "vai ter de nos contar a sua vida, não temos muita companhia por aqui, é sempre bom aparecer alguém para nos divertirmos", não sabia o que queria dizer, pensei eu estúpida, era o pagamento da minha dívida?, da Cristina me mudar o pneu, se calhar era isto que queriam, de me apanhar desprevenida, será que me iam comer?.

Mas o almoço era surpreendente, uma dádiva do céu não deles, que parecia estar à minha espera, de figos, de natureza, e de uvas, senti-me indolente e fodida, ingrata por ser mal-pensante, fiquei ali no calor da tarde a falar com eles, de beleza, de livros, de palavras, de amor e de nada também.

Quando me fui embora, era outra pessoa, diferente da que chegara, de palavras retive as do Mané "não temos muito, mas precisamos de pouco, é esse o segredo, o que temos mesmo é tempo, e isso para nós é quase tudo", da Cristina a rir-se, "Renata, estás à vontade, vem-nos ver, da próxima vez em vez de comida, provas o Mané, ele gostou de ti, que eu vi", não sei se brincava, se o queria dizer era o que eu pensava, mas parecia-me falar a sério, estivesse eu mais à vontade, e o Mané e ela tinham-me comido, mas ficaram os gestos, o prazer dos sentidos, por momentos breves, em que consegui sentir cheiros, cores, sons, gosto, e texturas.

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