As circunstâncias exigiam-no.
Jovem com um circulo de amigos e amigas muito fechado, a vigiarem os nossos modos de vida, as nossas escolhas, do que gostamos, o que vestimos e tudo o mais, que era inevitável não se ser livre e a liberdade, essa, tinha um preço elevado, então se soubessem que já tinha dado o cu e gostava de ser enrabado.
Não que gostasse de homens, é-me indiferente esse sentimento, gostava da experiência e do inusitado, do inesperado desconforme, com homens mulheres o que fosse, se os meus amigos davam beijinhos nas meninas, eu mirava as pernas e mamas das mães, nesse meu desejo diferente aborrecendo-me o habitual.
Devia culpar os livros que lia, a biblioteca radical do meu pai, esse interesse pelo marginal, afastado dos gostos e quereres comuns, dentro do critico aceitável, das complicações dos mais velhos, dos idiotas adultos, dos seus desejos ocultos, de duas realidades vividas, sempre em simultâneo, a falada e a dada aos outros, ao lado da silenciosa solitária, sendo esta a que procurava.
A vida era clandestina, dava o cu sem ninguém saber, a homens que gostavam, a mãe de um amigo que comia, uma amiga da minha mãe quando podia, as balzaquianas assanhadas, as beatas religiosas, as tias finas, as vizinhas suburbanas, escuteiras tatuadas, era tudo o que eu queria, para ser realidade tinha de ser malhada, de tanto bater nela, para se tornar verdadeira.
Tinha de ter uma namorada, coisa para mostrar aos amigos, a quem não fizessem muitas perguntas, que fosse bonita e desenvolvida, com ar de muito foder, para a todos fazer crer, que gostava de conas experimentadas, e que sou sincero cá dentro, se me davam algum prazer, era quando para aí virava.
Foto de Apostolos Vamvouras no Pexels |
Os pais eram muito exigentes, melhor, o pai só, porque a mãe, a Alice, era uma mulher submissa seguindo as ordens do marido, como para serem tão maus e perdidos, fossem necessários pelo menos dois.
Nada tenho contra a igreja, estes seguiam a regra ao milímetro, em mandamentos para mim contraditórios, espero bem que bem, reduziam a vida a capelas e roteiros religiosos, modos de estar de cartilha antiga, em negação de tudo o não aceite, pelos próprios e que os rodeasse.
Andava com a Anabela contra a vontade do pai, queria para a filha um pateta, que, como ela, o mandassem pra igreja, para aprender um modo de vida, e ali estava eu a estragar-lhe os planos, com ar de quem não acredita em nada, e com a minha carinha, sabe-se lá, pra desviar-lhe a filha, os maus caminhos eram muitos, podendo até comê-la.
E os amigos a dizerem-me, "pá agora andas com a beata", "a gaja não fode já me disseram".
Enquanto a filha usava camisas, muito apertadas feitas pela mãe, saia até abaixo do joelho, de vez em quando calcinha apertada, muito certinha, muito definida, que lhe exibia as formas e o rabo, eu tinha aquele ar desleixado, de jovem deprimido e preguiçoso, de cabelo comprido e barba por fazer.
O clima não era de guerra, mas sentia-se a vigilância, apertada do Antunes e da Alice, mais desta por estar em casa, não sei bem a fazer o quê, quando eu aparecia por lá, para estar com a Anabela.
Naquele dia, com a Anabela sozinha em casa, um acontecimento proporcionado pelo acaso, pelo abrandar da perseguição dos pais, andava eu a fazer o papel de bonzinho, virei-me para ela e pedi-lhe "gostava de te ver nua, despes-te?".
Os beijinhos já eram obra, era necessário requisitá-los, surpreendeu-me pois ela dizer que sim, mas que era mesmo só isso, sentiria ela?, a minha paciência era curta.
Sentado numa cadeira, cheio de tesão de frente, vejo-a a despir-se lentamente, a largar na cama peça a peça, a camisa, a saia comprida, o soutien, as cuequinhas, e eu só pensava que desperdício, que mulherão, mas que bela mulher.
Uma mamas lindas e perfeitas, um corpo liso e macio aos olhos, um rabo, umas coxas, tudo bom, nos seus olhos desejos e querer, da minha mão nos calções duros, daí que não lhe dei desculpa, despi-me todo a seguir, a exibir-lhe um caralho teso, pronto para a foder.
Com uma voz de menino, quase forçada a procurar convencimento, disse-lhe "anda vamos fazer amor", já deitado na cama, a bater com as mãos no colchão "anda deita-te aqui". Senti-lhe medo nos olhos, não estava preparada, não tinha sido ajudada, a responder a esta situação, e ouvi-a, saiu-lhe dos lábios "não posso sou virgem, só me posso dar a um homem quando casar com ele".
Eu quase chorava, melhor ouvia a minha voz a parecer chorar, a pedir-lhe "não sejas burra", "todas as miúdas fodem", "não gostas de mim, não gostavas de saber como é?".
As oportunidades não abundavam, o Antunes e a Alice, uma mulher porque passei a interessar-me, mais até do que à filha, pelo modo de ser, pela sua boa vontade, desejo oculto de ser livre e diferente do que era, podiam aparecer a qualquer momento.
O nosso namoro, chamemos-lhe assim, já era longo e não estava a dar nada, a ideia de amor ou de paixão era despropositada, e o que eu queria mesmo era saltar-lhe para cima e, já agora, que ela gostasse e saltasse para cima de mim. Insisti e recebi, a velha máxima da minha mãe, quem não chora não mama, e quem persiste tem sempre mais proveito, pedi-lhe que me deixasse acariciar-lhe a vagina, e ela que me acariciasse o pénis.
Aos poucos, com a minha mão a massajar-lhe o clitóris, o desejo preso na sua carne mais funda, ali veio ao de cima, e senti pela primeira vez a Anabela uma mulher, um ser humano de carne e sangue, sem a veste das palavras proibidas, a arquear-se para trás quando corri, a minha língua pelos lábios carnudos, quando mergulhei naquela cona peluda.
Virei-a para mim, a colocar-lhe o pénis na boca, a passar-lhe a minha mão pelo ânus, uma flor que se abria para mim, os meus dedos a agarrarem-lhe as bordas, uma vagina farta e pronta, a rebentar de tesão, um ser vivo e independente todo na minha mão, até que lhe sussurrei para se deitar, e abrir as pernas para lhe ir à cona.
Não estava à espera, as barreiras e os obstáculos tinham sido ultrapassados, a guerra tinha sido vencida, quando me disse "não, na vagina não, eu tenho que ser virgem quando me casar", estava já o meu pénis a descer, a uma certa velocidade ele ia, quando continuou "na vagina não, vem-me antes ao cu, se quiseres".
Não a deixei falar mais, eu nem queria acreditar, só pensava "nossa senhora, a Anabela gosta de levar no cu", acho que nos rimos do que disse, virei-lhe aquele rabo lindo, deitei-me em cima dela, e de nádegas bem abertas, penetrei-a até ao fundo.
Não desvendava local desconhecido, havia nela uma experiência imprópria, numa miúda tão certinha, dar o cu era a sua saída, mantendo os preceitos em harmonia, fui entrando e saindo dela, enquanto se masturbava sozinha, até que nos viemos juntos.
Que prazer era os meus amigos dizerem "ep pá se andas com a beata, não tens o que foder", mal eles sabiam que ela adorava tanto dar o cu até lhe fazer doer.
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