A Magda conta ao biografias eróticas como foi:
Conhecia-a num desses programas de formação de jovens meio perdidos e no meio daquela confusão de personalidades difíceis, de existência conturbada, a quem eu dava umas aulas de qualquer coisa para os entreter e sobreviver, a Andreia destacava-se pela rebeldia e a agressividade.
Muito dura nas palavras, para os colegas e para mim, feita de experiências amargas, de perdas e decepções, de más escolhas e de ausências, de perturbação e realismo, num ser físico tão belo, de uns olhos tão doces, um corpo torneado tão excitante, uma inteligência desaproveitada, que com tudo isso, mesmo o mau, me apaixonou logo.
Eu não devia, nem me cabia, era ir além do suposto, naquele mundo não há ilusões, seria para mim uma passagem, mas queria compreendê-la, aproximar-me e perceber, como é que a Andreia chegou ali, onde estava agora, poder salvá-la ajudá-la, a ver mais ou, talvez eu errada, a ver o que eu queria, o que achava certo, mesmo na dúvida se não é o errado.
Também estava confusa, tinha saído de um divórcio, andava a pôr-me de pé, de um casamento sem saída, quando nos aproximámos mais, ela a ver-me velha, tratava-me por senhora, eu a rir-me das loucuras dela, via-a uma miúda, quando a convidei pra minha casa, almoçarmos falarmos, nem sei bem porquê, quando já não pensava nela, apareceu.
Digo que fiquei surpreendida, e com medo dela também, era uma miúda que preocupava, e não sabia bem o que queria, desgovernada a andar pela minha casa, a ver os cantos como um animal, como se procurasse pontos de saída, até que se sentou ao meu pé no sofá, silenciosa a olharmos uma para a outra, a mirar-me o corpo todo, inquieta se pra me atacar, avançou sobre mim veloz, recolhi os braços rápido, a dizer "não me batas Andreia, não te fiz mal".
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"Não sejas tonta", ouço-a dizer-me, a afastar-me os braços doce, com aquele lado oculto de menina, veio até à minha boca e deu-me um beijo, fiquei perplexa e doida, pelas loucuras dela, ela podia ser lésbica, ou senão, ser nada ou só livre, fazer o que queria, repetiu repetiu a dar-me beijos e a fazer-me festas, mesmo vendo que não reagia.
Deve ter pensado que ia dar luta, levantou-se a despir-se toda, "sabes Andreia que fui casada?", "sei e depois?", respondeu-me ela, ria-se do meu gostar de a ver, um corpo macio uns olhos uma boca lábios vermelhos, ferviam os meus preconceitos e o meu sangue, as mãos dela mexiam na minha roupa, mãos pequenas e húmidas a entrar em mim, a tocar-me na pele nos mamilos nas mamas, como autómato me despia, a soltar-me a saia, a tirar-me as cuecas, eu a deixar-me ir, não reagia, não pensava.
Eu não sabia o que fazer, as mãos dela a abrir-me as pernas, senti a língua dela na minha cona, e tombei para trás a gemer, abri ainda mais as pernas a deixá-la entrar, a minha mão nos meus pelos, e o meu clitóris a tremer, há anos que não sabia o que era foder.
A Andreia sentia-a masculina, a subir por mim, a comandar o meu corpo, decidida a dar-me prazer, beijava-me o corpo os mamilos a boca, voltava ao meu cllitoris aos meus papos tesos, uma língua furiosa excitada violenta, a sentir-me cair no espaço nas estrelas de olhos fechados molhada a vir-me.
Dormimos juntas, sentia-a sair de manhã, sem pedidos sem remorsos, para mim era uma loucura, ter estado com outra mulher, uma miúda mais nova, dois cometas a arder e a aproximar-se, mas não se tocariam mesmo.
Como um amor impossível, teria acontecido se em outras circunstâncias, nunca mais a esqueci, via-a uns anos depois, tinha os dois filhos com ela, não me reconheceu e parecia infeliz, como eu tinha sido antes de a conhecer.
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