Tarde quente, pouco trabalho, pouca atenção, fim de semana que se aproxima, e tinha que acontecer isto, conhecer mais alguém que gosta de levar no cu, de ali de perto de mim, quando vagueava indolente, por alguns grupos conhecidos, encontrei e comecei à conversa, disse-lhe que andava à procura de rabo, quando ele me respondeu, "eu também".
Combinámos encontrar-nos, num ponto conhecido, lá no centro da cidade, um sex hotel bem discreto, um pequeno luxo escondido, quando vi quem me esperava, não sei se fiquei surpreendido, já o tinha visto em lugares da moda, nuns restaurantes ali bem perto, rodeado de colegas do trabalho, da mesma maneira que eu, tinha olhado para ele naquela altura, um radar incerto que queria, um homem bonito e bem cuidado.
Também ele ficou surpreso, apertámos a mão em sobressalto, ele já tinha arranjado quarto, fomos andando assim a olhar-nos, no pensamento o que tínhamos feito, ou o que esperávamos acontecer, caminhava à minha frente, comigo atrás a mirar-lhe o rabo, forma redonda perfeita e firme, numas calças justas de algodão, que ondeavam em movimento, um belo eterno para sempre.
Entrámos no quarto e ele diz-me, "não estava à espera disto, trabalhamos perto e temos amigos e amigas em comum", "sim", respondi-lhe, olhei-lhe para a mão onde estava uma aliança, "e pelos vistos somos ambos casados", ele olhou para a sua própria mão, e esboçou um sorriso "sim, a tua mulher sabe?", íamos tirando a roupa, num acordo aceite, a pouco e pouco, em que íamos falando, "o quê?", perguntei, "que gostas de levar no cu", diz ele para mim.
"Mas há um confusão, eu sou mais ativo, a ideia era comer-te eu esse teu belo rabo", virei-me eu agora para ele, mirava-lhe as formas, o cu arrebitado, bem cheio e redondo, percebi do que gostava, mas não compreendia porquê, fazia-se estranho, como se tivesse medo, continuei dizendo, "e tu e a tua mulher?", respondeu ele, "não não sabe, isso era um problema, não gostava que ninguém soubesse, e tu bem conheces-me, se calhar ..", e de repente disse depois, a fugir de alguma coisa, "eu também sou ativo, acho que hoje não vai dar".
Deu sinal que se ia vestir, e ri-me do que dissera, que também era ativo, que coisa mais ridícula, pensava eu, bem me lembrava do que dissera, "eu também", mas parecia-me tão clara a vontade, que não tinha dúvidas do que queria, de eu lhe ir ao cu ali e agora, sentia-lhe na voz, nos pelos, nos mamilos tesos, no tesão que soltava, e disse-lhe "ouve, eu também gosto de levar no cu, mas hoje estava virado mais para ti, adorava enrabar-te, não tenhas medo, fica o nosso segredo."
Deitei-me na cama, puxei-o para mim, tinha o pau tão teso de desejo, "vem, anda, dá-me esse cu", ele riu-se ainda indeciso, a vontade que tinha era agora mais funda, deitou-se ao meu lado, colado ao meu corpo, os nossos pénis se tocaram, como velhos amigos, abracei-o e beijei-o na boca, um abraço forte o prenderia, já não fugia e estava selada, a nossa união passageira.
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Fechei os olhos, aquele tempo seria subtraído ao tempo todo, um fragmento de memória, que logo logo se apagaria, se não existia lembrança dele, então não tinha pecado, a seda da pele corria-me nas mãos, húmida de um óleo especifico, do rabo, das costas, do pescoço, do cabelo e da cabeça que ajeitava, o seu perfume atingia-me o nariz, os olhos, a mente, que se apagava, só a língua sentia, os meus colhões chupava, numa fome desesperada, uma rotina interrompida, dentro da garganta seca.
Queria enrabá-lo, já era hora, enterrar-me nele e esquecer que existia, não havia nós, seria cada um por si, o meu pau entrava nele, e mergulharia num manto de nuvens, o corpo dele o leito onde me deitaria, e ele, o gozo dele, também solitário, do ânus penetrado, caminho aberto para o meu caralho, da existência dele só a voz, gemia "humm, aihmm, aihmm", ou o mover-se lento, a levantar-se mais, a empinar-se, uma nádega que agarrava com uma só mão, quando lhe batia fundo, a entrar todo, sobre aquela areia, aquele solo.
Vi-me todo em cima dele, banhando-lhe a pele com o meu leite, e o dele também, até que acordámos daquele sonho, vestimo-nos e viemos para a rua, para o ruído insuportável da realidade, apertámos as mãos, num cumprimento sincero, "até à próxima", disse-lhe, e respondeu-me ele "eu, também."
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