2# Eroretrato de Tony Mendoza geriatra sexual - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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2# Eroretrato de Tony Mendoza geriatra sexual

Nunca tive nada de erótico, o quer que isso seja, não devo ter retrato, sou uma máquina de foder, tão a ver este corpinho, deu-me muito trabalho, as máquinas têm isso na natureza, muito pouco coração ou erotismo, o que conta são os números e a ação.

De onde vim não me deram nada, o meu pai era um português pobre, contrabandista de profissão, da fronteira da Malcata, subia a serra, veredas e caminhos, pra levar café em grão e tabaco pra Espanha, de lá trazia bebidas alcoólicas e caramelos, tinha casa dos dois lados, e duas mulheres pra foder, uma delas a minha mãe, Maria Mendoza de seu nome, era a amante no negócio, uma andaluz ferrugenta, com quem tinha fodido em noite de chuva, fizeram-me a mim e foi com ela que vivi, um dia passados dez anos, apareceu ao meu pai a dizer "toma lá o garoto, fica tu com ele, nunca fizeste nada por mim, nem um vintém me deste, criei-o estes dez anos, cria-o os outros dez tu", e foi-se embora, deixou-me ao meu pai, e nunca mais a vi.

Logo que pude, fugi do meu pai, na vida fui fazendo de tudo, quase sem escola andei por aí, a trabalhar na construção, se não chovesse, nos transportes onde podia, na restauração, quando houvesse, até que um dia, assim sem querer, descobri a minha vocação.

Limpava piscinas no verão, na costa ao norte do país, de casas ricas para férias, casais ali arribam todos os anos, como aves de migração, passava na água a rede, a tirar folhas da primavera, com a lentidão que aprendera, do pobre que não corre, que vive a juventude a pouco e pouco, como ela se lhe oferece, e ali estavam eles, a mulher mais velha numa cadeira longa, a bronzear-se de corpo estendida, o marido inglês e os amigos no bar, a contar as estórias do que é ser-se velho e rico.

Ela sorriu-se pra mim, com um sorriso que retribui, batia-me o sol da manhã terna, nos músculos oleados que tinha à vista, de roupa as havaianas e os meus calções justos, que mordia a cada passo que dava, iamo-nos centrando cada vez mais, nesta troca sem palavras, no meio de ingleses na galhofa, riam alto distraídos, enquanto eu e ela nos entendíamos.

Era uma mulher mais velha, tinha eu pouco mais de 20 e ela prós sessenta, nem sequer muito bonita, mas tanto tesão me deu, que os meus calções cresceram, talvez tenha ficado admirada, mas um desejo forte me subiu, na minha garganta pesava, o travo amargo desse meu querer, de a ver nua e entregue a mim, para eu a poder foder.

Os ingleses riam bêbados, ela acenou-me com um dedo, ninguém viu ir-me atrás dela, no barracão ao fundo nos encontrámos, onde guardavam as ferramentas, entrámos na penumbra daquele espaço, de joelhos baixou-me o calção, de onde saltou o meu caralho teso, deu-me beijos onde não sabia, que tanto prazer daí vinha, mordiscava-me a cabecinha, com uma língua nervosa e irrequieta, um corpo de mulher perfeito e seco.

Deitei-a de não a querer magoar, como se de amor sério tivesse, boneca de porcelana nas minhas mãos, com uma paixão que lhe tinha, de momento mas verdadeira, beijei-lhe os mamilos tesos, como se na lentidão de um deserto, de quem aprecia e espera, senti-lhe o cheiro de mulher madura, que se libertou do não preciso e do supérfluo, num concentrado de ser único, de mulher que sabe tudo, que o tempo passa e é curto, que o que temos não tem preço, que se nos atravessa no caminho, beijei-lhe as coxas quentes que abri até baixo, naquele lago fervente tão querido, onde me banhei e dei tudo.

Sentia-me como um amor jovem, quando a penetrei nesse nosso amor, num momento mágico dos dois, esqueci-me eu que existia, viajando pelos olhos dela, nessa experiência de tempo que tinha, de saber único que me transmitia, como se sentado estivesse ao lado dela, no cimo de uma montanha, penetrei-a na cona amante querida, gemia aos meus ouvidos "aihh i love you baby, fuck me baby, fuck me more", até que nos viemos juntos, tombados em esquecimento, e quando regressou depois, deu-me assim do nada, sem que lho tivesse pedido, ou houvesse alguma obrigação, uma montanha de dinheiro que me pôs na mão.

Naquele dia descobri a minha vocação, fazer sexo com mulheres idosas, o meu nicho especial, das do cimo da montanha, com sessenta onde me dão tudo, o amor que eu não tinha, uma viagem no tempo de experiência, dinheiro preciso para viver, um corpo seco como mel, um extracto do que interessa mesmo, como óleo de um perfume caro, ou um licor feito de tempo.

Os amigos a dizerem-me "deixa-te disso, que és um gigolo, um prostituto de velhas", enquanto lhes dizia "sou antes um geriatra sexual", mal sabiam eles que eu mentia, porque de cuidados precisava eu, dos amores velhos que fodia, que no fim me entregavam um testemunho, do que é ser-se gente e pessoa, falávamos pela noite dentro, desses passados únicos de alegria e invernos, em que muitas vezes era eu quem chorava.

Sou eu que tenho agora tantas histórias para contar, e muitas, quase todas, não são minhas ...

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