Espelho de cristal - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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Espelho de cristal

S
ó lá mais ao fundo é que está tudo escuro. Aqui onde estou com a minha mãe numa das três portas de um quarto que se abrem para um terraço cheio de madressilva numa quase noite de verão, muito clara, em que a lua ilumina toda a parte onde estamos.

O quarto tem móveis de formas pesadas e antigas, e no centro dessa semi-escuridão reina um alto espelho estilo Império, sustentado de cada lado por longos pescoços de cisne com bicos de cobre.

Noto nele um reflexo de luz, que visto do terraço iluminado, não parece vir da lua, inunda toda a sala como se dele nascesse uma luz própria que que se adapta às formas e aos corpos, numa sensual harmonia.

Sem alertar a sua atenção, eu olho para a minha mãe num silêncio consentido, olhos vivos, boca delicada, uma voz que afaga, uma figura jovem e delineada e, eu conheço-lhe o corpo, belo, fixo, e marmoreado como uma estátua, que agora se esconde dentro do elegante roupão preto com uma mantilha de renda branca.

Eu fiz há dias vinte anos, sinto-me magro, desajeitado, uma obra inacabada, um produto tosco sem sentido, que faz perguntas sem respostas, e estou aqui, em frente à porta do terraço, flutuando dentro de um roupão branco, com a minha mãe, deitados em esprequiçadeiras.

Passou um tempo, de olhos semi-cerrados, parecia contemplar a natureza que enchia os nossos olhos à frente, ela virou a cabeça e perguntou, “em que pensas, filho? Tenho-te sentido muito calado!”, e antes mesmo que eu dissesse alguma coisa, ela continuou, “não sentes querido, o perfume, a madressilva, não te intoxica?”.

Eu sorri da observação, ela esticou as pernas na cadeira, um pouco do roupão abriu-se e pude ver-lhe as pernas, a pele branca até meio das coxas, e disse, “intoxicação?”, ela continuou, “querido, intoxicação como a de licores femininos e masculinos que se unem, o que nos faz ferver e excita as células do nosso corpo”.

Ela rebola-se ao som das próprias palavras, e como se eu ali não estivesse, “uma vontade que nos inunda por dentro, um licor doce, leitoso, que nos penetra”.

Voltou outra vez a cara para mim, como se tivesse regressado à realidade, “tens frio?”, estávamos os dois nus por baixo dos nossos roupões húmidos, “não, mãe, até está calor, abafado”, ela prosseguiu, encheu os pulmões da brisa, “sim, querido, que noite doce”.

Regressou o silêncio, apenas algum tempo, e depois ela disse, “eu sei, sinto-te de coração partido, querido? Vejo-te cada vez mais magro, afastado de tudo”, eu respondi, “não mãe, não importa, não amo mais ninguém além de ti”.

Ela disse, “vamos arranjar-te uma rapariga, que dizes a isso?”, ela entrou com a mão no meu roupão, passeou-se no meu corpo nu e pousou em cima do meu pau, “e tens isto amor, és tão bem servido”, aliviei a tensão das minhas coxas, a abri-as um pouco mais, e ela continuou, “só não quero é que passes a gostar delas!”.

A minha cara fez um esgar de repulsa e eu disse, “estás a provocar-me”, e ela continuou, “nós temos dinheiro, podemos dar-te uma mulher”, eu abanava a cabeça, a mão dela saiu de mim, deixando aberto o meu roupão, “ou tens desejo de outra coisa, vocês os homens e os vossos vícios!”, e depois suspirou, “a nossa carne é tão fraca”.

Por cada explosão, regressava o silêncio a seguir, ela abriu o seu próprio roupão e admirei aquela linha branca de seda e pele no preto do roupão, e ela disse, “e os meus vícios? Eu perco a cabeça só de olhar para ti, meu filho”, a mão procurou o meu pénis e acariciou-o de mão fechada, apertando-o levemente, “e depois tenho de correr a satisfazer-me”.

Ela procurou os meus olhos, “tu assustas-me amor, não quero aborrecer-te, mas pergunto-me sobre o que te anda a perturbar, estás diferente comigo”, e depois numa explosão irrefletida, “será que anda por aqui alguma puta que eu não saiba?”.

E depois ela prosseguiu, “tens andado distante, amor, se não é uma puta, será um desses vícios sodomitas que nós mulheres nem suspeitamos mas que muitos homens parecem apreciar?”, ela dominava a conversa, agarrou na minha mão e puxou-a para o meio das suas pernas nuas, e disse “espero querido que não seja isso, eu duvido!”.

Eu dizia que não, e ela continuou, “tu és meu, o meu amor, e amanhã? porque não? convidamos mulheres, meninas, cá para casa, e a tua prima? a Silvia? Para te conhecerem e desejarem!”, a minha cara de repulsa regressou, dizia ela, “a mulher deve de ser a única preocupação do homem.”

Eu ri-me daquela declaração bombástica, eu disse, “Meu Deus! mulheres, meninas, não, não é esse o meu desejo...”, e depois continuei, “não estou doente, não desejo mulheres, só a ti, minha mãe”, eu precisava de falar, movimentei o meu corpo para o lado, “eu vi, mãe, senti como uma traição”.

A face dela mudou, as sobrancelhas cerraram, e eu continuei, “eu já devia ter falado antes, mas ... senti dor e agonia ...”, ela não compreendia, eu apontei para o grande espelho imperial, que apanhava grande quase toda a largura e altura do quarto, “eu vi-te nua a mirares o teu corpo nele”.

Ela riu-se, voltou as costas na espreguiçadeira, “mas amor, quantas vezes tens visto e apreciado o meu corpo nu? Porquê o espelho?”, eu continuei, “eu vi-te num dia diferente deste, mais escuro e húmido, as portas estavam fechadas, a chuva batia lá fora, olhavas o teu corpo movendo-te como uma dançarina, quando ele depois entrou no quarto”.

Agora estava surpreendida, “quem amor? O teu pai?”, e depois ela corrigiu, “não o teu pai estava fora, o jardineiro?”, eu abanei a cabeça que sim e ela sorriu, de olhos no espaço, como se imaginasse um filme, e perguntou, “e viste-me a fodê-lo?”.

Eu respondi, “eu vi e ouvi tudo, ao principio pensei que sonhava, quando o vi a ter-te completamente, mas depois acabei por perceber, que se estava a assistir, é porque já tinha percebido”, ela parou-me, “percebido, amor?”, eu continuei, “sim, percebido que ele te visitava no quarto e eu queria ver um homem a satisfazer-te”.

Ficamos um pouco mais em silêncio, e depois ela regressou, “dizes que o viste a ter-me, o que viste? Isso excita-me, contares o que viste!”, eu respondi, “não foi muito, vi que chupaste a piça dele, e depois ele penetrou-te na vagina e no rabo”, e depois perguntei, “compraste-o, mãe?”, ela deu uma gargalhada seca, “não amor, dar-lhe sexo é como um bónus do salário, achas que os empregados não gostam de foder a patroa?”.

Rimo-nos juntamente, mas depois ela revirou os olhos, como uma obsessão numa palavra solta, “mas falaste em traição, amor, isso é que não compreendi”.

Fez-se um silêncio continuo, mais longo do que o esperado, a noite caíra totalmente, fechamos as portas, e recolhemos para dentro, deitámo-nos juntos na cama, dois confidentes com os seus segredos, depois eu disse, “eu também tinha estado com ele”.

Ela perguntou, “tinhas estado com ele como? Com o nosso jardineiro?”, eu respondi, “sim, mas foi por curiosidade”, ela insistiu, “sim, mas ... estado como, amor?”, eu prossegui, “estado, bem, a ter-me, como ele te teve a ti”.

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, eu contei que uma vez quando passeava pelos jardins a pensar nestes meus assuntos do desejo, parei numa zona abrigada e perto de uma árvore, eu baixei as calças e comecei a masturbar-me, e o sentimento nos meus sentidos foi de que estava na natureza, e quando já estava a ejacular, vi o jardineiro a olhar para mim, e a bater também uma punheta.

Uns dias depois, eu senti curiosidade por outras partes da casa a que nunca dera atenção, mas a minha vontade era encontrá-lo, e por ali andei a vaguear até que fui encontrar uma casa pequena, pobre, antiga e mal cuidada, cujos arranjos são sempre deixados para o fim, corrosão e humidade, tapetes sujos e esburacados, o teto pingava, ouvia-se um inicio de chuva a bater num telhado de zinco.

Era como um retiro abandonado, e enquanto ia vendo as coisas, os objetos e as formas, banhados por uma luz cinzenta, percebi um leve ruído humano vindo de um quarto mais intimo da casa, e perguntei a mim mesmo se tinha invadido o espaço de alguém, e quando já dava meia volta, eu ouvi a voz, “o menino não precisa de ir embora, fique mais um pouco”.

Eu virei-me e lá estava ele, um pouco encurvado, jovem como a minha mãe, devorava o meu corpo com os olhos, ele perguntou acentuando o final, “depois daquele nosso encontro na floresta, o menino procurava alguma coisa mais ssss?”.

Eu recordava o que me surpreendeu e senti quando o vi a masturbar-se comigo, primeiro a grandeza da piça, uma verga enorme que ele segurava na mão, e depois o desejo que me atormentou o corpo de ser penetrado por ele, de querer submeter-me, dele fazer o que quisesse comigo, e ele perguntou, “quer vê-la?”.

A garganta estava seca, os meus olhos vidrados, não consegui mover as pernas, e eu disse, “sim, se achar que eu sei ao que se refere!”, ele sorriu de gozo, baixou os calções que trazia, tirou-os completamente, ficando só com a camisa, “isto?”, os meus lábios moveram-se, a excitação era tanta, ele manobrava o caralho, acariciando-o e fazendo o crescer à medida, ele perguntou, “o que acha?”, eu respondi a sorrir, “acho grande, enorme”.

Ele aproximou-se e eu senti a pressão da ocupação do espaço por aquele corpo maior, que ia estando mais perto, quando ele perguntou, “quer mostrar-me a sua?”, havia algo de intemporal naquele momento, como se estivéssemos a ser observados, uma espécie de aura ou brilho das faíscas das gotas da chuva que inundavam o interior.

Eu olhei para ele indeciso, e ele disse, “tire os calções!”, e eu tirei, deixei-os cair devagar, e lembro-me que levantei as pernas, uma de cada vez, como uma mulher, num ambiente erótico já sem controle, porque o fim via-se o que vai acontecer, ele disse, “deixe-me vê-lo melhor, dê uma volta”, eu rodo e ele solta um suspiro, “meu deus, que cuzinho!”.

Paro aqui e a minha mãe pergunta, “ai amor, não sabia, o meu menino esteve com um homem? Gosta disso, querido? Não me vai dizer que o meu menino tem prazer nesses gostos novos, dos sodomitas? E depois amor?”, eu contei que ele perguntou, “queres tocar nela?”, e que eu disse que sim, ela soltou um gemido, “não acredito, está a inventar histórias fantásticas? E só porque me viu foder com ele?”.

“Eu sei mãe, nada aconteceu, ficamos apenas a falar, a contar histórias e segredos vergonhosos, não escorregámos nos braços um do outro, foi ele também que me contou que a fodia e não foi a minha primeira vez ....”

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