A Noite - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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A Noite

Eu conto como ele me contou, fica aqui este nosso segredo, porque não era confidência nenhuma, mas não digam que fui eu que disse!! Disse-me que estava há várias semanas em Paris e que uma destas noites entrou no Bois de Boulogne que, para quem não sabe, é um lugar muito frequentado por putas, travestis e bichas, a altas horas da noite.

Disse-me ele: a noite é a minha sobrevivência, caminho pela cidade no húmido das ruas, fustigado pelo vento ou pela chuva fria, entre vielas, arcadas e travessas, os meus sentidos despertam, ouvidos escutam o silêncio, cortado pelos gritos das casas, o cheiro acre pelas narinas, longe da sombra da iluminação, a minha carne se acaricia.

Continuou ele: num mundo assim derrotado, sinto-me o seu único sobrevivente, planando entre o espectro das coisas, e sempre pensei eu, que estranha forma dele se sentir vivo.

Mas eu conheço-o!! Se o mundo fosse só noite, para ele não mudava nada, ele não é vampiro, mas podia sê-lo, a força motriz do dia, a que faz girar o mundo, para o meu amigo é um inferno, de horror e barulhento.

Diz-me ele: a noite desperta-me do sono do dia, quando a escuridão afoga a cidade, arrasando as suas formas e cores, tapando-a com o seu manto negro, eu sinto vontade de gritar, de correr como os gatos, é a realidade!!, é um desejo de amar, impetuoso e invencível, que toma conta das minhas veias.

A noite passada, meu amigo – foi assim que ele começou – entrei no Bosque de Bolonha adentro decidido e entregue ao desejo, naquele breu escuro, de caminhos apertados, de folhas que batem na face, molhadas afasto-as com as mãos, apenas o som dos meus passos, dos sussurros e dos gemidos, daqueles como eu, dos seus habitantes noturnos.

O que amamos com violência acaba sempre por nos matar, meu amigo!! Mas como explicar o que acontece comigo? E, mesmo, como explicar que sou capaz de te contar? Não sei, sei apenas que existo assim e pronto.

Conto-te que antes de entrar no bosque, passei por alguns cafés, depois desci a avenida deserta, mas submetida à luz das lojas, eu corria claro, os dourados e flashes perseguiam!! agoniado pelo cintilar fingido, daquela triste cortina, e posso dizer, quando entrei, a deixar para trás tudo aquilo, foi como passar por um portal, do outro lado a natureza dura sem disfarces.

E ontem, a noite estava mais escura do que o normal, e nuvens, grossas nuvens pretas que eu sentia sobre mim, espalhavam-se lentamente no céu, e eu mal distinguia o que me rodeava, apenas o cheiro, ou um cheiro, hormonal e terrivelmente humano, competia com o da terra, o renovado e os detritos dela.

Meu amigo, deixei-me guiar pelo som, uns gemidos que se sobrepunham ao silêncio do bosque, e pela pouca claridade colhida nos meus olhos de gato, vinda longe da iluminação pública que ilustrava trilhos e clareiras, quando os vi, ou melhor, vi as suas sombras, de três ou quatro homens, ou três ou quatro rapazes, não sei, a foderem uns com os outros.

Eles aceitaram a minha presença, os meus olhos, meu amigo, habituaram-se ao escuro, incendiados por uma chama de prazer e desejo, passei a mão pelo meu pénis teso, de ver que um deles penetrava o cu do outro, enquanto este chupava o pau do terceiro, e um quarto que assistia a acariciar o caralho à espera da sua vez.

Nem sei como te contar, a minha respiração, o meu coração acelerado, a saliva que resistia na minha garganta, foi tudo tão intenso, tão definitivo, tão abafado, tão indistinguível, que atingiu as minhas coxas, vindo de baixo para cima, apanhando o meu ânus, o meu ventre, a minha boca, tão assim desprevenido.

O quarto homem era grande e bem fornecido, que deu para perceber quando colou as coxas às minhas, ouvi a voz dele no escuro, “queres levar dentro desse cuzinho? queres?”, senti a mão dele a procurar a minha e a pousá-la naquele pénis imenso, bem-talhado e rijo, que comecei a masturbá-lo.

A mão dele procurou o meu rabo, e sentia-a a descer pelas nádegas, agarrando uma a uma com o ímpeto de uma fera, e continuava, “foda-se!! imagina o meu caralho no teu cu? queres o meu caralho no teu cu? todo lá dentro”, quase lhe sentia o gosto da boca, e meu amigo, eu deixei cair as calças para baixo, e disse bruto para ele me foder o cu.

E meu amigo, nesta noite escura, eu senti medo, medo que me doesse muito, coisas que podem ser violentas e que não esperamos, ou pelo menos, que não queremos, lembro-me que fechei os olhos, e no meu ânus, quente e ardente como estava, senti a cabeça gorda, fria que me dava um arrepio, num toque leve a bater à porta, a aconchegar-se no meu vale.

E depois entrou!!, meu amigo, ou começou a entrar!!, devagar e decidida, ora batia ora fugia, até que soltei um suspiro, ar que ardia nos meu pulmões, quando me mordeu no pescoço, e disse logo depois, “já o tens todo no cuzinho, estás a gostar?”.

Aiii, meu amigo, depois encostei-me a uma árvore ou ramos, não sei, e ele começou a foder o meu cuzinho, ele a foder o meu e os outros dois a foderem o cu do outro, só senti as mãos dele a agarrarem nas minhas nádegas, a abri-las com força que quase me doía, e batia por trás, as ancas dele, com uma força danada.

Lembro que gemia, “aiii foda-se!! aiii o meu cu, fode o meu cu”, e isso, meu amigo, acho que ainda o excitava mais, e a mim também, e digo-te, também a um dos outros, ele pediu para eu chupar o pau, e eu começava como o outro tinha acabado, a apanhar no cu e a chupar um caralho.

Foi grandioso, meu amigo, o que fodia o meu cu e o do caralho que eu tinha na boca, eles começaram-se a vir, o eu a vir-me com eles.

Depois de ter acabado, sai do bosque e entrei no clarão da cidade, ainda mais adormecida e deserta, alguns táxis na estação, uns retardatários se recolhiam, de ratos uns guinchos e patas, caminhei acelerado até casa, a resguardar-me do dia que aí vinha, e meu amigo, o que posso contar mais, sentia-me satisfeito com o cu dorido.

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