Fragmentos sobre amor e erotismo do diário de Anais Nin - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
Chinese (Simplified)DutchEnglishFrenchGermanGreekItalianJapanesePortugueseRussianSpanishSwedish

Fragmentos sobre amor e erotismo do diário de Anais Nin


O texto recuperado de uma publicação de 1978 conduz-nos pelo percurso de vida da escritora Anais Nin e pelas suas ideias a respeito de arte, amor e erotismo, amigos, feminismo. 

Uma das maiores escritoras e uma das figuras humanas mais interessantes do século XX — Anais Nin — continua praticamente desconhecida do grande público.  

Mas à pergunta “quem é Anais Nin?", podem ser dadas respostas variadas: é a pessoa que publicou pela primeira vez o "Trópico de Câncer" de Henry Miller, é a assistente de Otto Rank, discípulo de Freud, é alguém que em certa fase de sua vida decide morar num barco no Sena, para transformar um sonho em realidade, é a precursora de novas ideias sobre a mulher, é a amiga e incentivadora dos artistas antes da celebridade, é ela mesma uma artista refinada e profunda? Ela se auto define basicamente como uma anarquista espiritual.

Amor e erotismo



"As ideias são um elemento separador. Os universos mentais são isolantes. O amor é a comunhão com outrem. Ele nos faz abraçar todas as raças, o mundo inteiro; todas as formas de criação”.

"Muitos precisam de mitos para amar, mas quando eles se volatilizam, o seu amor acaba. Eu afirmo que quando o mito fracassao amor humano começa. Então nós amamos um ser humano e não um sonho nossoUm ser humano com todos os seus defeitos”.

“O amor pode não só descobrir uma personalidade em potência, que dorme enterrada e disfarçada, mas também fazê-la sair até à luz. Ao ser amado mostramos um lado desconhecido dos outros. É o amante que opera a transformação e é a ele que damos nosso Eu mais amplo, nossos dons mais completos. Os observadores de fora não vêem jamais o ser humano acrescido do que surge sob o fogo de um amor intenso (...). Assim, toda a realidade me parece sempre mais subjectiva, co-dependente do olhar do amante, o olho da câmara, o olho do pintor”.

“A maioria dos cínicos acentua a “comédia” do amor, esquecendo que os instantes de ilusão e de paixão são os maiores momentos da vida, aqueles dos quais a gente se lembra sempre. Fixar-se tão longamente sobre a desintegração da paixão, quando colocada à prova pela realidade humana, é o mesmo que afirmar que a morte acaba por triunfar sobre nosso corpo, o que não significa que, por causa disso, devamos nos recusar a viver ou a amar. O que eles esquecem é que a paixão não é apenas uma fusão sensual intensa, mas um modo de vida, que produz, como entre os místicos, uma consciência mais viva da vida inteira”. 

“Eros e a sensualidade são o motor que coloca a máquina em movimento; eles são a fonte, a origem, a chave, a Mãe, no sentido que Goethe dá a esse termo. A unidade na multiplicidade, nenhuma dualidade tortuosa e artificial, nenhuma divisão cristã entre corpo e espírito, nenhum divórcio estéril entre emoção e razão, mas razão e emoção unidas inseparavelmente e soldadas juntas como efeito e causa. Instintos, motivações vistos como aquilo que são: as engrenagens que comandam nossa maneira de pensar, mesmo a mais racional; a formidável parte oculta do minúsculo “iceberg” visível sobre a água”.

“O corpo é um instrumento que só produz sua música quando nos servimos dele como um corpo. Sempre uma orquestra. E da mesma forma que a música atravessa as paredes, a sensualidade atravessa o corpo e chega ao êxtase”.

“O sexo perde todo seu poder e toda a sua magia quando se torna explícito, mecânico, exagerado, quando se torna uma obsessão. É um erro não misturá-lo com a emoção, a fome, o desejo, com caprichos, lágrimas, risos, palavras, promessas, histórias, sonhos, fantasias mais profundas que mudam sua cor, perfume ritmo e intensidade. Eis o que lhe dá suas texturas surpreendentes, suas transformações subtis, seus elementos afrodisíacos. Sem isso, restringimos nosso mundo de sensações e o esvaziamos de seu sangue. Só o ritmo uníssono do sexo e do coração pode criar o êxtase”.

“Se as experiências pudessem passar pelo crivo da arte ela imporia a necessidade da beleza. Ela nos indicaria que o único vício é a torpeza e nos livraria automaticamente dessas caricaturas da sexualidade que querem fazer passar por erotismo. Ela devolveria à sensualidade sua nobreza, que está ligada à qualidade e ao refinamento de sua expressão, refinamento que deve ser o da plenitude”.


Retirado de https://www.labrys.net.br/labrys29/arte/maria%20cunha.htm

2 comentários:

Não deixe de comentar, o seu comentário será sempre bem vindo