Excerto Erótico da "História do Olho" - Georges Bataille - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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Excerto Erótico da "História do Olho" - Georges Bataille

“A linguagem erótica de Sade não tem outra conotação que a de seu século, ela é uma escritura; a de Bataille é conotada pelo próprio ser de Bataille, ela é um estilo; entre as duas, algo de novo nasceu, que transforma toda experiência em linguagem extraviada e que é a literatura.”

Roland Barthes
O olho de gato

"Fui criado sozinho e, até onde me lembro, vivia angustiado pelas coisas do sexo. Tinha quase dezasseis anos quando encontrei uma garota da minha idade, Simone, na praia x. 
As nossas famílias descobriram um parentesco longínquo e nossas relações logo se precipitaram. 
Três dias depois do nosso primeiro encontro, Simone e eu estávamos a sós em sua casa de campo. Ela vestia um avental preto e usava uma gola engomada. Comecei a dar-me conta de que ela partilhava a minha angústia, bem mais forte naquele dia em que ela parecia estar nua sob o avental.
As suas meias de seda preta subiam acima do joelho. Eu ainda não tinha conseguido vê-la até ao cu (esse nome, que eu sempre empregava com Simone, era para mim o mais belo entre os nomes do sexo). Imaginava apenas que, levantando o avental, contemplaria o seu rabo pelado.
Havia no corredor um prato de leite para o gato.

― Os pratos foram feitos para a gente sentar – disse Simone. ― Quer apostar que eu me sento no prato?
― Duvido que você se atreva – respondi, ofegante.

Fazia calor. Simone colocou o prato num banquinho, instalou-se à minha frente e, sem desviar dos meus olhos, sentou-se e mergulhou o rabo no leite. 
Por um momento fiquei imóvel, tremendo, o sangue subindo à cabeça, enquanto ela olhava o meu pau a erguer-se nas calças. Deitei-me a seus pés. Ela não se mexia; pela primeira vez, vi a sua ‘carne rosa e negra’ banhada em leite branco. 
Permanecemos imóveis por muito tempo, ambos ruborizados.

De repente, ela levantou-se: o leite escorreu pelas suas coxas até âs meias. Enxugou-se com um lenço, por cima da minha cabeça, com um pé no banquinho. 
Eu esfregava o pau, remexendo-me no assoalho. Gozamos no mesmo instante, sem nos tocarmos. 
Porém, quando a sua mãe retornou, sentando-me numa poltrona baixa, aproveitei um momento em que a menina se aninhou nos braços maternos: sem ser visto, levantei o avental e enfiei a mão por entre suas coxas quentes.

Voltei para casa a correr, louco para bater uma punheta de novo. No dia seguinte, amanheci de olheiras. 
A Simone olhou-me de frente, escondeu a cabeça contra o meu ombro e disse: ‘Não quero mais que tu batas punheta sem mim.’"

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