Segredos de Sacristia - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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Segredos de Sacristia

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Foi mais vontade da minha mulher do que minha, esta ideia de me arrastar para a minha terra de origem, que ela insistia em conhecer há anos e que para mim, na minha memória, não era mais que um amontoado de pedras velhas, cheias de musgo, e cravadas no chão como navalhas num ambiente rude, de giestas, selvagem e inimigo das pessoas.

Tínhamos recebido o convite que apareceu assim do nada, e eu então que me julgava esquecido pelas pessoas, eu não queria ir, ainda mais a um casamento, mas a minha mulher não me deu hipótese, para ela era agora ou nunca, apesar de lhe dizer que àquela terra nada me ligava.

Eu devia estar talvez há meia hora encostado a uma coluna dentro da igreja, pensando que nunca aprendera a comportar-me naqueles espaços, como se alguém ou alguma coisa me vigiasse, e encostado não era bem o caso, entre o meu corpo e a pedra havia uma diferença, obrigando-me a estar em pé sem o apoio de coisa nenhuma, a pairar levitado pelo respeito do lugar.

A minha mulher, essa, movia-se para dentro e para fora, falando com quem encontrava, nessa doce ilusão que na minha terra toda a gente era conhecida, eu ouvia-lhe a voz alta de fundo, a fazer muitas referências aos noivos, como se os conhecesse de toda a vida.

De repente, no meu recolhimento refletido e solitário, reparei num homem ao fundo, estava com uma mulher e o que parecia serem os filhos, e não consegui resistir, fixei o meu olhar nele, como se também a mim me lembrasse uma coisa antiga, uma memória de juventude translúcida, antes da minha fuga daquele lugar.

Sim, eu fugi da minha terra, na altura era assim que se fazia, ou se ficava preso ali para sempre, numa escolha sem escolha, ou então num ímpeto de loucura, sem nada nos bolsos ou futuro, apanhávamos o primeiro transporte que aparecia, e íamos simplesmente embora na primeira oportunidade, e no meu caso, à boleia de um homem mais velho com quem ainda vivi uns anos na cidade.

Eu fixava o meu olhar nele, e percorria-lhe o corpo, de cima a abaixo, como se o conhecesse, como se lhe tivesse tocado, algo familiar e intenso, que eu não conseguia recordar, quando reparei estranhamente que ele percebeu a minha atenção e começou também a ler-me nos olhos.

Havia ali um cheiro a incenso e a flores mortas que eu sempre detestei, dessas que esperam a morte resignadas em jarras, uma onda de saias farfalhavam nas mulheres, girando sobre si constantemente, mas o meu mundo naquele momento era só eu e aquele homem, lá ao fundo também fixado em mim.

Acho que ele ficou incomodado e percebi que começou a mover-se na minha direção, o momento era dramático, nem eu sabia porque o fazia, olhar para ele insistentemente, vasculhando na memória alguma lembrança, algum momento inesperado, faltavam alguns metros, quando ele junto de mim pergunta, “conhecemo-nos?”.

Eu balbuciei qualquer coisa como, “peço desculpa, nasci aqui, mas passaram mais de vinte anos desde que me fui embora”, ele manteve-se em silêncio como se esperasse uma novidade que o surpreendesse, e eu continuei, “tinha aqui amigos, mas … aqui perto, costumávamos ir para o rio nadar”.

Não sei se foi alguma palavra que eu disse, ou alguma alusão a um sítio, ele abriu muito os olhos e perguntou, “Adão?”, eu disse que sim e foi como se algo se abrisse no meu cérebro, “Henrique?”, ele riu-se a dizer que sim, e acho que foi instantâneo, trocámos entre nós um abraço que pareceu muito tempo.

A memória tem destas coisas estranhas, um dique abre-se e num segundo a informação chega, eu que há minutos não o reconhecia, dizia-lhe agora, “estás na mesma”, ele olhou-me de alto a baixo e todo o nosso passado estava agora acessível como há vinte anos quando me fui embora.

Ele fez um sinal à mulher a afastar-se, fomos caminhando para longe da igreja até ao rio, e eu perguntei, “então casaste? e filhos …”, ele sorriu, “tem de ser, a nossa terra é pequena”, eu percebia e não percebia ao mesmo tempo o que queria dizer, e ele continuou, “não é que a minha mulher me dê muita satisfação, compreendes?”.

Não tinha a certeza sobre o que ele se referia, lembrei-me do nosso passado, e perguntei, “satisfação sexual? É isso que queres dizer?”, ele abanou a cabeça a dizer que sim, e eu insisti, “não sei se te lembras …”, ele sorriu novamente, “lembro, lembro, as nossas tardes ..”, eu corrigi rindo, “as nossas tardes e as nossas noites, e o padre, lembras-te?”.


Sentámo-nos junto a uma pedra de onde saltávamos para o rio, e eu continuei, “eu comi aqui o teu cu tantas vezes, e tu adoravas .. “, ele revirou os olhos a lembrar-se, “e o teu caralho? quantas vezes eu chupei no teu pau?”, eu disse, “não contei, mas talvez mais de cem”.

Parámos um pouco a conversa, não sei porquê, eu sentia uma excitação, o meu pau estava teso e levantado, apertado nas calças de algodão, ele perguntou, “e tu? a tua mulher? Tens filhos?”, eu respondi, “acho que é um pouco como tu, há aparências ..”, ele fez um esgar na cara, “continuas a comer cus ..?”, eu olhei para os lados, senti a minha mulher que se aproximava, e disse rápido, “sempre que posso”.

A minha mulher disse alto, “estás aqui, querido? O casamento está a começar, o padre já está a falar” e depois olhou para o meu amigo, eu apontei para ele, “é o Henrique, um amigo aqui da terra”, ela fez-lhe um cumprimento e disse, “vi os seus filhos e a sua mulher ..? tem muita sorte ela é muito bonita”, e depois já a afastar-se, “não demores amor, a festa está a começar”.

Ficámos ali os dois numa atmosfera fresca de sombra e brisa de rio, e eu disse, “apetece-me ficar aqui a lembrar as nossas fodas”, ele anuiu, “também eu, eu ficava sempre por baixo ..”, eu bati-lhe de leve na cara, “porque tu gostavas, eu partia-te o cu todo e o padre gostava de ficara ver, até nos oferecia a sacristia para eu te comer, lembras-te?”, ele dizia que sim.

E depois ele disse, “uma vez fomos apanhados …”, eu esforcei as minhas lembranças, e perguntei, “não me recordo bem …”, ele continuou, “pela minha irmã mais nova”, eu então disse, “pois foi … eu tinha o meu caralho enterrado no teu cu, no teu quarto, estava a foder-te e ela apareceu e viu”, e depois insisti, “e como é que ficou isso?”, e ele respondeu, “ela andava a foder com o meu cunhado e combinámos ficar de bico calado, entretanto foste embora”.

Olhámos para o fundo, para a azáfama junto à igreja, a minha mulher já se tinha esquecido de mim, quando ele disse, “e se fosse agora?”, eu olhei para ele, “agora como?”, ele continuou, “não sei .. se tivesses ficado .. continuavas a comer o meu cu?”, eu mirei o corpo dele, um pouco mais rígido pelo trabalho pesado, e disse, “continuas com um cu maravilhoso, talvez …. acho que sim ..”, eu depois ri e continuei, “nós tínhamos casado na mesma, mas todas as tardes íamos para a sacristia e mais o padre e eu partia o teu cuzinho mais uma vez”.

Ele olhou para o meu volume teso, olhou depois para os lados para não ser surpreendido, e pousou a mão no meu caralho, e disse, “continua bom como eu me lembro, eu chupava-o tanto que às vezes não aguentavas, vinhas-te todo na minha boca ..”, eu olhei também, “vamos mais para o lado ..”, eu saquei o meu pau para fora e ele de joelhos engoli-o na boca, e ele disse, “foda-se lembro-me do teu cheiro, senti tanto a tua falta”.

O doce molhado da língua foi mordiscando a cabeça gorda, em pequenos estalidos de satisfação, ele dizia, “ai que temos tempo? de foderes o meu cu?”, eu respondia, “não, a tua mulher e a minha estão ali …”, um calor forte veio de dentro, subiu-me pelos calcanhares, depois pelas pernas acima, e eu sabia, jatos quentes de porra saíram do meu caralho que ele engolia como antigamente.

Mais tarde, estava eu e a minha mulher, na mesa da festa a celebrar, quando sinto a palma de uma mão no meu ombro, “então Adão? Estive com o Henrique .. ele contou-me tudo … vocês não se esqueceram de mim?”, eu respondi surpreso, “então senhor padre, ele contou? Não, não nos esquecemos, ainda vou estar por cá mais algum tempo ..”.

A minha mulher estava curiosa, “o que é que o padre quer dizer com aquilo?”, eu respondi, “nada amor, é coisas de aldeia, amanhã eu e o Henrique vamos ter com ele para confessar os nossos pecados”, ela abriu a boca perplexa, “não sabia que eras religioso?”.

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