Há uma coisa que Madonna não é, é turista. E se reside agora em Portugal, é mais uma viajante, o que quer dizer que quer sentir e procurar significado nessa estadia.
Muitas têm sido as razões que apontam para essa decisão, a de viver em Portugal, uma a do filho futebolista David Banda ter um lugar de treino no Benfica, a outra parece ser a de privacidade, e a outra ainda, a razão fiscal.
Surpreende-me é quem sendo rico, como imagino que será Madonna, decida, na sua perfeita razão, entre umas quantas centenas de países mais civilizados e eloquentes, trocar por exemplo Los Angeles por Portugal para viver.
Do filho, com tantos clubes e havendo dinheiro, parece-me exagerada essa razão.
Da razão fiscal, de residência sem impostos, também não me parece razão suficiente, dadas as maquinações existentes de a eles poder fugir. Residir em Portugal só para poupar alguns cobres parece-me um sacrifício desproporcionado, que certamente os especialistas da diva saberiam resolver.
Da privacidade, essa sem dúvida existe, face à natureza do próprio povo, ameno sim, mas pouco dado a diferenciar quem mereceria tratamento especial, evidenciado pelo episódio do estacionamento dos 15 carros da cantora, em que logo apareceram almas padrão da comunidade dizendo "ela é igual às outras só tem é de pagar".
E Madonna mereceria tratamento especial em Portugal? Se calhar sim. Só que isso anularia o efeito, se for esse, pretendido, que é ninguém lhe ligar nenhuma.
Vamos à minha razão, porque se não for essa, Madonna se por cá passar algum tempo, acabará por a encontrar. Não só uma experiência dos sentidos, apesar da sua biografia erótica, após a turbulência, essa acontecerá, como é já sinal pela alteração de percepção que a sua passagem gera.
Um país de vielas sujas e escuras, de amarelos enegrecidos e macilentos, a sua presença torna-os vivos e sem segredos, um postal indesejado, de um erotismo pré-fabricado, difícil de superar, nem a Madonna o consegue, às húmidas mulheres portuguesas.
O que encontrará em Portugal é um sentido, um místico antigo e subterrâneo, para os estrangeiros, algo demoníaco, a transgressão está na mente, a cabeça a dizer não, um plano transformador sem opção, uma nova existência, nunca mais serão quem são, uma serpente constritora, destrói antes de renovar, muita escuridão por tão pouca luz.
Será Portugal a fazer com que a Madonna galáctica descubra a mulher simples que quer ser, e aí Portugal será ainda mais erótico do que já é.
Muitas têm sido as razões que apontam para essa decisão, a de viver em Portugal, uma a do filho futebolista David Banda ter um lugar de treino no Benfica, a outra parece ser a de privacidade, e a outra ainda, a razão fiscal.
Surpreende-me é quem sendo rico, como imagino que será Madonna, decida, na sua perfeita razão, entre umas quantas centenas de países mais civilizados e eloquentes, trocar por exemplo Los Angeles por Portugal para viver.
Do filho, com tantos clubes e havendo dinheiro, parece-me exagerada essa razão.
Da razão fiscal, de residência sem impostos, também não me parece razão suficiente, dadas as maquinações existentes de a eles poder fugir. Residir em Portugal só para poupar alguns cobres parece-me um sacrifício desproporcionado, que certamente os especialistas da diva saberiam resolver.
Da privacidade, essa sem dúvida existe, face à natureza do próprio povo, ameno sim, mas pouco dado a diferenciar quem mereceria tratamento especial, evidenciado pelo episódio do estacionamento dos 15 carros da cantora, em que logo apareceram almas padrão da comunidade dizendo "ela é igual às outras só tem é de pagar".
E Madonna mereceria tratamento especial em Portugal? Se calhar sim. Só que isso anularia o efeito, se for esse, pretendido, que é ninguém lhe ligar nenhuma.
Vamos à minha razão, porque se não for essa, Madonna se por cá passar algum tempo, acabará por a encontrar. Não só uma experiência dos sentidos, apesar da sua biografia erótica, após a turbulência, essa acontecerá, como é já sinal pela alteração de percepção que a sua passagem gera.
Um país de vielas sujas e escuras, de amarelos enegrecidos e macilentos, a sua presença torna-os vivos e sem segredos, um postal indesejado, de um erotismo pré-fabricado, difícil de superar, nem a Madonna o consegue, às húmidas mulheres portuguesas.
O que encontrará em Portugal é um sentido, um místico antigo e subterrâneo, para os estrangeiros, algo demoníaco, a transgressão está na mente, a cabeça a dizer não, um plano transformador sem opção, uma nova existência, nunca mais serão quem são, uma serpente constritora, destrói antes de renovar, muita escuridão por tão pouca luz.
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