Alimento para corno prático - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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Alimento para corno prático


Hoje perdi a manhã quase toda no barbeiro, primeiro esperei, esperei, comecei a pensar que era propositado, estive quase a desistir e ir embora, mas depois pensei melhor, nos dias que correm, em que a confiança não é nenhuma, ter um bom barbeiro é como ter um bom mecânico.

E se são mesmo bons, coisa rara nestes dias, não por um ser barbeiro e o outro ser mecânico, mas por podermos confiar, ganhamos o direito, ou talvez o dever, de os poder chamar de meus, “vou ao meu barbeiro, ou vou ao meu mecânico”.

E por isso, como devem compreender, mesmo esperando muito tempo, decidi aguardar a minha vez, e eu sei, que para além do bom corte, o melhor serviço dele são os saberes do bairro, ali tudo desagua, e de tudo ali se vai sabendo.

Graças a Deus que não sou político, mas se fosse, se tivesse essa infelicidade, não podia dispensar a ida ao barbeiro, ali trabalha-se a melhor versão da realidade, é que não há papas na língua, ao som da tesoura todos têm uma opinião, e ao fim do dia, o barbeiro conta os resultados, e diz quem ganhou.

Chegou finalmente a minha vez, e reparei que eu tinha ficado para o fim, e, se ninguém mais entrasse, eu seria o último cliente antes da hora do almoço que ele atenderia, mas enquanto eu me sentava na cadeira, eu senti alguma reserva da parte dele em falar, coisa que não era habitual, porque ele fazia logo um resumo do dia.

Eu ouço-o dizer, “senhor doutor, eu gostava de perguntar uma coisa, talvez o senhor doutor me possa ajudar”, eu fiquei um pouco surpreendido com a familiaridade, mas disse, “diga, se eu puder ajudar?”, ele continuou, “o senhor doutor é psicólogo, e eu ando um pouco deprimido”.

Eu ainda tentei dizer que não era psicólogo nenhum, eu não sabia onde é que ele foi buscar essa ideia, não sei, talvez da minha aparência, do ar de confiança de quem confia, e ele continuou a falar,” é a minha mulher, senhor doutor, eu desconfiava que ela me traía, mas agora eu sei, ela anda a foder com o mecânico”.

Eu não era psicólogo, mas sempre achei que eu tinha uma capacidade natural para resolver conflitos, mas neste momento o caso era complicado, qualquer resposta que eu desse podia pôr em causa a segurança de ter o meu barbeiro e o meu mecânico em quem eu deposito a minha confiança.

Eu insisti, “mas tem mesmo a certeza? o mecânico anda mesmo a fodê-la?”, ele abanou a cabeça a dizer que sim ao mesmo tempo que manipulava a tesoura muito perto da minha orelha, “eu andava desconfiado, ela cheirava muito a caralho, e depois é que percebi, ela cheirava também a óleo”, eu tentando amenizar a coisa, “mas isso não chega! você não sabe por onde ela anda”.

Ele deu uma gargalhada seca, “ela cheira a foda e  caralho, senhor doutor!! e a óleo e valvulina? e depois há mais”, eu disse, “mais ainda?”, ele continuou, “ela tem andado com uns shorts muitos curtos e dantes não andava, parece andar muito satisfeita com o mundo, as mamas então quase se vêm”, e antes de eu dizer, “sim, mas ..”, ele disse, “mas agora tenho uma gravação!!”.

Quando ele disse aquilo, como se fosse uma vitória, quase temi pelo meu pescoço, ele tinha agarrado na navalha, e eu perguntei, “mas o que tem a gravação?”, ele respondeu, “tem o cabrão do mecânico a foder a minha mulher, é o que tem, e na minha cama lá em casa”.

Eu tinha necessidade de dizer qualquer coisa, mas ao mesmo tempo pensava, “não posso perder o mecânico e já agora nem o barbeiro”, eu tinha de arranjar uma solução que andasse ali meio por meio, mas precisava de detalhes, “mas diga lá o que tem a gravação?”.


Ele respirou fundo, revivia as imagens, passavam-lhe nos olhos como um filme, “a puta da minha mulher chupou-lhe o caralho, depois ela abriu as pernas para ele comer-lhe a cona, gritava de prazer do pau do mecânico, e ainda estou na dúvida, senhor doutor, se ele comeu também o cu dela”.

A prova existia, o que era o caralho de um problema, melhor seria se ele estivesse na dúvida, isso de desconfiar que a mulher anda a foder, é quase uma coisa natural, não tinha que ficar deprimido, mas agora com a mulher a levar na cona do mecânico, o caso mudava de figura.

Eu perguntei, “mas está a pensar fazer alguma coisa?”, ele respondeu, “o senhor doutor é que é o psicólogo, o que é que aconselha? eu estou a pensar deixá-la”, eu fiz uma pergunta inapropriada, “e o mecânico?”, ele olhou para mim, “a esse eu podia partir-lhe a cara, ainda não sei”.

Eu não era psicólogo, mas havia ali interesses meus em jogo, perder um bom mecânico e um bom barbeiro nesta altura, era um problema do caralho, e depois perguntei, “mas a sua mulher alguma vez o tratou mal ou não?”, o barbeiro parecia não compreender a minha pergunta, “o que eu quero perguntar é se a sua mulher é boa a cozinhar, se ela tem sempre a sua roupa lavada, e como é ela nas lides da casa?”.

Ele olhou para as paredes, deu meia-volta sobre si mesmo, a fazer um apanhado do passado, e disse, “bom, senhor doutor, nisso a minha mulher nunca falhou”, eu puxei então da minha sabedoria, “diga-me uma coisa, ela agora não anda a fazer as suas refeições até melhor do que fazia antes?”.

Ele pareceu surpreendido, “realmente é verdade, notei aí uma melhoria muito importante, e já agora também na roupa, a puta mal a engomava, mas agora ..!!”, eu sorri e sabia, tinha o caso resolvido, e disse, “ouça homem, não faça nada, faça de conta que você não sabe que o mecânico anda a foder a sua mulher”.

Ele balbuciou, “mas senhor doutor, a minha mulher a apanhar na cona? a chupar o caralho do outro? onde fica a minha honra?”, agora fui eu a dar uma gargalhada, “seja prático homem, as mulheres quando andam a foder por fora, elas sentem-se culpadas, e depois fazem tudo para não serem descobertas, e por isso, ainda tratam melhor os maridos, ela que foda com o mecânico, e você terá melhor tratamento e é certo, uns bons descontos na mecânica do seu carro”.

Ele sentou-se numa cadeira, ele tinha acabado o meu corte de cabelo e da barba, “foda-se, senhor doutor, vou pensar nisso, a sua psicologia é do caralho ..”

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