Excerto Erótico do livro "O Mundo do Sexo" - Henry Miller - BIOGRAFIAS ERÓTICAS
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Excerto Erótico do livro "O Mundo do Sexo" - Henry Miller

Henry Miller (1891-1980) foi um escritor norte-americano, autor de obras consideradas pornográficas e subversivas, entre eles: "Trópico de Câncer" e "Trópico de Capricórnio".
Em 1934, publicou “Trópico de Câncer”, mas a obra foi considerada “literatura pornográfica e subversiva”, tendo a sua distribuição sido proibida em alguns países da Europa e também nos Estados Unidos. Foi rotulado como “escritor maldito”.
"Com esse novo amor, a batalha dos sexos teve início sob um clima de grande ansiedade. O talento musical da moça, que foi o elemento de atracção inicial, passou logo a segundo plano. 



Ela era uma puta lasciva, histérica e puritana, cuja vagina estava escondida sob um monte de pêlos encrespados que, juro, lembravam os pêlos de uma vassoura. (...).
Passados uns dias, porém, lá estava eu outra vez. Ela tornou a recostar-se no aparelho de aquecimento usando a mesma camisa de seda sobre o corpo nu. Dessa vez fui mais cauteloso. Assim como quem não quer nada, deixei escorregar a mão direita pela camisa macia. O tal monte de pêlos emaranhados que tanto me impressionara, parecia cheio de electricidade; os pêlos eriçavam -se ao meu toque e a sensação que tive foi a de estar acariciando uma escova de fios de aço. 
Foi necessário, durante esse pequeno ataque, não parar de falar — sobre música e outros assuntos elevados. Enquanto isso continuava a acariciá-la como se estivesse distraído. Usando desse estratagema, consegui convencê-la, creio eu, que não havia nada de errado naquele modo de proceder. 
Mais tarde, na cozinha, ela fez-me uma demonstração de certas acrobacias que aprendera no colégio; essas proezas serviram, é claro, para me mostrar o seu corpo sob os ângulos mais vantajosos possíveis. Cada vez que aquela camisa de seda se abria, aparecia o tal monte de pelos eriçados, que era o seu grande orgulho. Para mim, tudo aquilo, foi um grande suplício. 
A situação continuou nesse pé durante algumas semanas, tempo necessário para ela esquecer os seus preconceitos e, finalmente, ceder. Mesmo assim, não conseguiu entregar-se completamente a mim. 
Na primeira vez que fomos para a cama, insistiu em ficar de camisola. Queria que eu fizesse tudo por cima da sua camisola. Tinha um medo terrível de ser maltratada e queria experimentar-me. Caso eu cedesse aos seus caprichos e fantasias, então seria capaz de confiar em mim. Essa era a sua lógica.
Pouco a pouco — muito aos poucos mesmo — ela começou a reagir como um ser humano normal. De vez em quando eu aparecia de repente, à tarde. Tinha que repetir sempre a mesma desculpa: viera para ouvi-la tocar música. 
Não adiantava chegar e querer resolver logo o assunto. Se eu me sentasse com calma e ouvisse com atenção o que estava a tocar, ela era capaz de interromper alguma sonata e aproximar-se de mim, sentindo-se então à vontade. 
Deixava que eu a acariciasse, começando pelas pernas e subindo lentamente. Depois cedia de todo e montava em cima de mim. Muitas vezes, com o orgasmo, tinha um acesso de choro. 
Sentia-se culpada por estar a ter relações sexuais comigo em plena luz do dia. (Ela explicava que, de certa forma, o ato sexual prejudicava a sua técnica musical.).
O fato é que, quanto melhor a foda, mais culpada ela se sentia depois. 'Você não gosta mesmo de mim', ela costumava dizer. 'Só pensa em sexo.' Tendo ouvido a desgraçada repetir mil vezes a mesma frase, acabei por acreditar mesmo e a afirmativa se tornou uma verdade. Eu já estava farto quando legalizamos nossa situação.
(...)"

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